5 de fevereiro de 2010

PANELAÇO DE PEIXE DO PANEMA




Com este meu computador no celular sobre a mesma mesa onde espalho os livros de minha preferência. Estou novamente, aqui, na Biblioteca Pública Municipal de Santana do Ipanema lendo o que gosto de ler e, quando me canso, atualizo sobre as mais variadas temáticas do rio Ipanema. As paneladas de peixes que se escondem nas locas de pedras, a areia, o jogo de bola, os banhos no Panema, as cheias de urubus, as lavadeiras que derramam toda a espuma de sabão de suas roupas nas poças d’águas escuras.

Daqui, desta cadeira na Biblioteca Pública Municipal de Santana do Ipanema, Biblioteca Breno Accioly, escuto os barulhos da cidade, os passos de seu povo, as suas vozes, os seus anseios impregnados nas estantes desta biblioteca vazia de estudantes. E a recepcionista me olha como quem quisesse confessar o seu cotidiano entre as histórias das páginas amareladas dos livros esquecidos nas prateleiras deste salão em forma de biblioteca. Próxima está a Prefeitura ao centro da principal avenida de Santana do Ipanema. As ruas asfaltadas contrastam-se com esqueletos de barros e pedras.

No fim da ladeira, do alto desta biblioteca, estica-se a praça da cidade defronte a Matriz Senhora Sant'Anna. Ali, a festa da padroeira se espalha com suas músicas e jogos, comidas de vendedores ambulantes e carros de pipoqueiros. E eu continuo, aqui, na Biblioteca Pública Municipal de Santana do Ipanema; aqui, converso com todos os seus escritores. Imagens de peixes cascudos e do Ipanema.

Destas águas escuras e cercadas por pedras vigilantes repousa o rio Ipanema que, com esforço macho, chega ao rio São Francisco e, nele, despeja a sua força, a sua história. Essas águas são as águas que sobram das ancoretas, águas salobres do Ipanema, água panema que escorre de ancoretas em lombo de burros trôpegos.