
Pescador e cachaça são amigos de farra de longas datas e histórias de trancoso desde a época de Antônio Trancoso, um mentido em mentiras nascido e criado nas nove ilhas dos Açores, dado açoriano, português cansado. Cada pescador uma cuia de cachaça e outra de iscas. O Curupira vinha sentar-se ao lado dos pescadores do Panema, o povo vendo-o prosear com pescadores e apontar locas de pedras onde repousava peixe gordo, e apontando panelas e funduras importantes.
Um delegado, que passou por Santana do Ipanema, quis aprisionar o Curupira Caapora Caipora para expô-lo em ambientes sociais; mas, aquele se viu e se desejou às artes dos elementais que circundam as águas escuras do Panema. Esta espécie de duende, que originou o próprio Hulk das histórias em quadrinhos, seriados de tevê e filmes, ainda se exibe protetor de floresta e vigia de certas faunas.
Curupira Caapora Caipora é o mesmo Caiçara dos tempos encobertos do Brasil. Um elementar vivido para proteção dos habitantes da flora e dos bichos que andavam e andam nela, os que se arrastam e os que voam por sobre as árvores. Este Mãe-e-pai-do-Mato de tamanho de criança e travessuras assemelhadas, os seus cabelos são de fogo e os dentes de água. Foi Curupira primeiro protetor da natureza, do ecossistema e da biodiversidade.


Os pescadores da beira do Panema que desacreditaram nas conversas do Curupira foram transformados em peixes na mesma hora e pescados por outros pescadores e devorados assados, ali, às margens do rio Ipanema. Os mesmos poderes do Saci tem o Curupira, que anda montado em um bicho tão feroz quanto veloz, que ganha o mato entre os avelós onde dormem as corujas.